O amor não existe.


O amor não existe.
Um amigo que se vai, um emprego que entristece, uma relação que em nada te enobrece.
O amor não se enxerga.
Nas noites mal dormidas, nas refeições mal servidas, nos carinhos não recebidos.
O amor se irrita.
Nas crises de ansiedade, na depressão pedindo piedade, na solidão de todo dia.
O amor espera.
Na toalha estendida, na comida bem feita, na cama arrumada.
O amor é paciente.
Na espera do jantar, no olhar que não notou a cama, a comida, o bilhete, o esforço, no controle da ansiedade ao continuar uma série, naquele restaurante que a gente não quer ir sozinho.
O amor é amizade.
Nas conversas de todo dia, no dia ruim em que tudo deu errado, nos problemas da vida, no dia-a-dia.
A amizade é amor.
Na preocupação do cotidiano, no abraço que acalma, no interesse em uma conversa.
O amor é olho no olho.
No olhar de quem chorou a noite inteira, nas olheiras de quem não dormiu, na testa franzida de raiva, no desvio do olhar cheio de problemas guardados.
O amor é diálogo.
No copo de cerveja, suco, água ou refrigerante com companheirismo, nos ouvidos atentos, na fala sincera, no coração aberto, nas desculpas, nos obrigados.
O amor é inocente.
No sorriso gostoso de uma criança, num dia bem quente com banho de mangueira, num cachorro ou gato olhando com aquele olhar que faz você se sentir totalmente amado.
O amor é novo.
No bebê dando risada, no filhote miando, latindo, o que quer que seja, no início, no começo, em toda história que se tem começo.
O amor é velho.
No idoso amando seus filhos, mimando seus netos, passeando com os mesmos, cuidando todo dia de suas hortas, de suas raízes, cultivando aprendizados apreendidos em cima de erros e vivência, tendo, talvez, seu para sempre.
O amor é dor.
Em sua ausência, quando tudo perde o sentido, quando tudo é tão pesado que falta ar, quando um surto acontece e te tira do eixo, quando não se tem amigos, não se tem família, não se tem absolutamente nada e sua vida está estagnada. O seu amor não existe. Sua esperança se perdeu.
O amor é cotidiano. É leitura. É cada dia de suas férias. São suas folgas. É uma tarde de domingo sentado na mesa com as tias, com a mãe e as irmãs, falando da vida, é um abraço apertado de bisavó, é o copo de cerveja bem gelado no verão, é a brisa que vem quando você senta na beira do rio, é o sol se pondo atrás das montanhas. É eu, você e todos nós.
O amor se perde.
Nas metas esquecidas, nos sonhos abandonados, nos planos que não fazem mais sentido e você não sabe onde quer chegar, e por isso, não sabe quais caminhos seguir.
O amor é caloroso.
No contrário da frieza, no inverno, numa brisa de verão que não é nem quente e nem fria, que te acalma e te envolve em algo que te move e te encanta o tempo todo.
O amor se importa.
Na ausência da indiferença, da discussão continua por orgulho, teimosia. Na ferida causada pela falta de "desculpa". Na culpa que um sempre assume para o outro não sentir dor.

O amor não existe. Ele é construído todo dia, toda hora, sem uma definição, sem apenas uma existência. E quem o encontra... Ah, que coisa boa... Move a vida, move o trabalho, move seus planos, move seus sonhos, aumenta suas metas, te da energia, recarrega suas baterias, te ajuda a se amar, te ajuda a se encontrar.

Sorte não. Destino é balela. Sensações é o certo.
Já acostumei a ninguém me ouvir ou entender. Tudo aqui dentro é muito complicado. O mundo anda muito complicado e eu queria, que igual na música, alguém quisesse fazer tudo por mim.




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