懐かしい。恋しい。寂しい。

São 3 palavras que eu posso dizer para me expressar nesse momento. 

Natsukashii. Koishii. Sabishii. 

Nostalgia de um tempo que não vai voltar. Saudade de um lugar, momentos e pessoas. Me sinto sozinha. 

Buscava desapego quando fui embora. 

Quando larguei tudo. 

Eu encontrei o que eu procurava. Eu vivi o que precisava. Eu entendi que eu precisava olhar pra dentro e, não apenas, ao meu redor. 

As coisas sempre dão um jeito de encontrar seu caminho. 

Não importa quando, não importa como. As coisas acontecem exatamente como deveriam acontecer. Não é o acaso que decide nada. Não é destino, porque ele não existe. A única opção de escolha, nesse ponto, que temos, é de sofrer ou não. 

É aquele ditado: a dor é inevitável, mais o sofrimento é opcional. 

As coisas nunca foram fáceis. E mesmo assim, nunca tirei o sorriso do rosto e a empatia do coração. Mais essa empatia extrema me levou, muitas vezes, pra um compartimento além do fundo do poço. E eu aceitei, todas as vezes, ficar presa lá. 

Eu acolho minha dor. Mais as vezes, parece que ela é só o que tenho. 

Mesmo me conhecendo depois de viver esses anos sozinha em outro país, mesmo sabendo o caminho que preciso seguir e tudo que ainda preciso fazer, tenho que fazer, as coisas parecem sempre distantes. 

Viver respirando ainda parece muito distante. Viver por mim ainda dói, às vezes parece impossível. Parece que nunca vou conseguir, porque sempre vai ter alguém ou alguma coisa pra levantar, pra cuidar, pra carregar, pra dar meu oxigênio.

Respirar pra mim é se sentir vivo. Respirei de verdade poucas vezes até hoje, mais agora, sinto uma necessidade de respirar que machuca muito, incontrolável. 

Tento acalmar essa necessidade, mais ela parece um bicho selvagem, com sede, com fome, com raiva, no cio, querendo tudo e nada ao mesmo tempo. 

Sinto necessidade de cuidar da minha energia. 

Sinto necessidade de cuidar da minha espiritualidade. 

Sinto necessidade de amar como se todo dia fosse o último dia. 

Sinto necessidade de estudar muitas coisas que parece que já sabia, e preciso urgentemente relembrar, porque preciso usar algo dentro de mim pra ajudar as pessoas, o mundo. Parece que faço parte desse mundo e tenho que fazer isso, porque devo isso. 

Sinto necessidade de compreender e resolver meus karmas, que são muitos, pesados, e doloridos. 

Sinto necessidade de cuidar da minha saúde mental. 

Sinto necessidade de ser ouvida e compreendida. 

Sinto necessidade de ser feliz. 

Sinto necessidade de solitude. 

Sinto necessidade de tirar esse peso enorme do meu peito, e de limpar esse líquido denso e escuro pelo meu corpo, dentro de mim. 

Sinto uma solidão dolorida. 

Sinto saudade de um lugar porque consegui ser eu mesma respirando, sem pensar o tempo todo, pela primeira vez. 

Sinto saudade de momentos em que escolhi viver, escolhi a mim. Sinto saudade de pessoas que sou grata eternamente, mais que mudei algo na vida delas, pra sempre, e foi algo muito bom. 

Eu sou muito notável, intensa, inesquecível. Não tenho dúvidas. E mesmo assim, não me sinto assim. 

Minha intensidade é extremamente difícil de controlar. E aqui nesse lugar, eu controlo tudo dentro de mim, o tempo todo. E isso é insuportável porque não quero mais controlar nada dentro de mim. Quero ser aceita por tudo que sou, amada por tudo que sou. Quero que sintam tudo que tenho pra dar, e eu quero sentir absolutamente tudo, que quiserem me dar. 

Reciprocidade é minha palavra favorita. 

Demasiado é minha segunda palavra favorita. 

Eu tenho um amor recíproco pela primeira vez. E sei que é porque hoje sei o que mereço, e não aceito nada menos do que tudo que eu mereço. Mais ainda não entendo porque tenho dificuldade de aceitar tudo que enxergo em mim. Tudo que pessoas, também notáveis, enxergaram e enxergam em mim. 

Eu abri mão de mim mesma, da minha vida, inúmeras vezes. Sempre me negligenciei. E agora, me sinto frustrada por estar fazendo isso e não poder largar tudo. Eu tenho todo amor do mundo por dois seres com o olhar mais amável que já vi na minha vida, e por eles não largo tudo, mesmo querendo todos os dias. 

Aos finais de semana, respiro. Coloco a cabeça pra fora desse líquido denso e escuro. Sento numa rede, e amo. 

Amo pra me sentir viva. E é tão bom, que nunca quero descer. 

Eu gostaria de dizer que existe a opção de não descer, de usar uma bóia. E, sei nadar muito bem. Mais, minha escolha me faz mergulhar, e vai demorar um tempo pra eu poder fazer outras escolhas. 

Eu sinto o tempo todo que sou necessária, útil, mais nunca alguém que também merece ser feliz. 

As pessoas entram muito fácil na minha vida. Sentem amor muito fácil comigo. Mais também, vão embora fácil. E estar acostumada a perder não significa que não vá doer. 

Eu não quero mais lidar sempre com partidas. 

Minha energia é de amor e acolhimento, queria saber como faz pra mandar ela pra o meu coração, pra mim e por mim. 

Não aceito essa tristeza.

Não aceito essa solidão. 

Eu sou o mundo, os planetas, o universo inteiro, dentro de mim. 
Eu sou amor, empatia e reciprocidade. 
Eu sou acolhimento, compreensão e intensidade. 
Eu sou desejo, medo e coragem. 
Eu sou a vida, a minha vida, e parte desse mundo. 
Eu sou mulher, forte, persistente. 
Eu sou inteligente, habilidosa, zelosa. 
Eu sou um espírito velho, presente, cordial. 
Eu sou curiosidade, romantismo e drama. 
Eu sou música, gastronomia e uma nação inteira. 
Eu sou ansiedade e muita sinceridade. 
Eu sou verdade e um turbilhão de sonhos. 
Eu sou tudo que ninguém vê. 

Essa dor eu acolho com desejo também de ser acolhida. 

Hoje eu não quero mais estar sempre sozinha. Hoje quero compartilhar, o amor, e toda dor, e ser, quem realmente sou. 

Cobrar muito a si mesmo é se maltratar o tempo todo, e esquecer constantemente de você, e do que você realmente quer, viver, sentir, parar de respirar. 

Respire. Tente respirar. Aguente. 

Eu quero parar de só sobreviver. 


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