Para todas as mulheres que vieram antes de mim e para aquelas que virão.


Minhas queridas, 

Tenho todo amor do mundo por vocês, por tudo que fizeram, por todas as feridas e cicatrizes que tiveram ou foi gravada nos seus espíritos. 

Sem vocês, não estaria aqui. 


É graças às mães, avós, tias, irmãs e filhas que estamos aqui. 

É graças às lutas de vocês que posso andar na rua. Não totalmente livre, porque vivemos numa sociedade que preza que cubramos nossos corpos, a ponto que eles não sintam desejo. 


Eles não sabem a maravilha que é a liberdade. 


E como nossas curvas são perfeitas, do jeito que quisermos ter ou mostrar. 


Vivemos uma cultura do estupro, de falarem que o “não” é “sim”. 

Vivemos numa cultura onde a mãe solo tem que se virar com uma pensão mísera e ouvir que é interesseira. 

Vivemos numa sociedade que julgam nossos shorts, nossa camiseta sem sutiã, o tamanho dos nossos peitos, o formato do nosso corpo e o padrão que devemos seguir, como se tivéssemos que seguir algum padrão. 


E o padrão de beleza então? Não preciso nem comentar. 


Ainda somos cobradas com a maternidade como dom. 

A feminilidade como obrigação. 

A roupa aceitável. 

Os corpos com cirurgia. 

1kg de maquiagem. 

O peso ideal. 

O cabelo com química. 

O sorriso forçado. 

O abuso calado.

As raízes apagadas. 


Obrigada por dizerem “não” um dia. E sinto muito pelas que não conseguiram, eu as acolho dentro de meu ser. 


Eu mando amor pra àquelas que, assim como eu, tiveram um relacionamento abusivo. 

Seja amoroso, familiar, qualquer tipo. 

Amoroso não, que abuso não é amor. 


Minha força é a força de vocês. 

Minha força é por ser mulher. 

Guerreira. 

Leoa. 

Feroz. 

Delicada. 

Frágil. 

Intensa. 

Amor. 

Tristeza. 

Dor. 


Eu sou amor e luz. 

Eu sou mulher. 

Imperfeita. 


E eu amo minha imensidão. 

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